17/07/2009

carta para desconhecida do 402.

Tudo muito "assim", não? Me diga, beibe, onde aprendeu ler tanto e ver menos? Não irei dizer nada porque não tenho mais boca para proferir palavra alguma para ti, apenas deixo o vento bater em seu rosto,bem devagar, como um tapa bem dado. Não é verão ainda mas sinto tudo muito apocalíptico, tudo transobrdando como há muito e muito tempo não acontece em meu copo uma certa dose exagerada de tudo aquilo que eu mais gostaria de ser. Não consigo dormir, não é culpa sua,beibe...Desde que as coisas resolveram mudar, faz tempo que não sei o que é revirar na barulhenta cama que já me acompanha por uns longos anos, não seria uma companhia e sim uma relação de conveniência, entende? Aliás, bem covarde essa insônia que me ataca pelas costas, mas por um lado parece ser uma grande mulher do demo assoprando palavras para eu deixar bem registrado,não gostou? Posso fazer nada. A paisagem está em modificação, assim como a casa em uma revolução por dentro que nem imagina, tudo muito belo está ficando e também porque não dizer,tudo bem sacana.Não me engana mais com esse sorrisinho besta que imagino ao ver algo bem sujo com aparência boa,beibe.

Merda,varei a madrugada pensando em nada tão interessante, em compensação fiquei com uma vontade imensa de escrever cartas para pessoas que jamais vi, tipo você. No relógio os ponteiros apontam cinco e trinta e cinco e ainda continuo na minha dança, parecia um espectro atrás de almas pseudo inocentes. Pobre flor que um dia fora jogada no mar, só que Yemanjá levou para tão longe que esperei estações, assim chegando a uma conclusão que se voltar voltou, senão fique por lá, mas se parar nas profundezas, que me avise com uma certa urgência para não ter que botar o título do livro tal com a região que perambulou e assim deu um oi aos peixes que não enxergam nem a ti, nem aos seus bizarros semelhantes ceguetas. Estou ficando cansado, beibe. Mas engraçada como é a vida, ela reserva certas coisas realmente muito doídas ou seria Deus querendo deixar que minha pessoa tome porrada até chegar o momento mais divino e cheio de luz dizendo baixo no meu ouvido que "agora meu filho, pode descansar em paz.", mas não quero continuar em um inferno, muito menos descansar nele, meu joelho dói. Hoje eu quero coisas bem explosivas, como aquela bomba que tenho aqui e prometi só jogar no front quando achar que não há mais amor ou empatia por esse mundo, estou muito fodido e mal pago com esta bomba na mão até morrer, beibe. Por hoje chega, um dia quem sabe eu venha a dizer coisas, por enquanto eu escrevo para que saiba.

Um dia eu existi, agora eu existo.

Beijo para você, beibe.

Um comentário:

Douglas Rodrigues disse...

muito bom Roberto Borati.

ass: seu ídolo