24/01/2010

domingo.

 Era um final de tarde, domingo, aquele dia que os dois odiavam, achavam melancólico e tardio, tão tardio para terminar e assim ter aquele sentimento do domingo ter acabado, que a semana começava e toda a rotina de trabalho-casa fosse novamente saciada em goles amargos. Era domingo, dia de macarrão com molho e almôndegas, comida rápida, ela dizia, para ele é o momento mais genial, fazia tão bem que ganhava sorrisos de sua moça, depois era esperar amargamente o final do dia, era domingo. Era o momento de ouvir juntos " amor meu grande amor, não chegue na hora marcada...", depois do sexo, de mãos dadas, deitados na cama, não sabiam dizer um ao outro se eram fogo ou água entre silêncio e ruídos do disco que tocava, apenas tinham hora marcada para aquele dia se esvair como uma chuva leve caindo e cessando o calor que fazia naquela cidade, era domingo de verão. Era momento dos dois, apenas aquele dia que encontrariam juntos, nus, cúmplices, dois sendo um,  esperar o domingo cair na sala, na cama, no chuveiro eram momentos únicos. Era um domingo, final de tarde, aquele foi o dia marcado para terminar um domingo que não viveriam mais, era hora de um desencontro cujo encontro não era mais esperar juntos o dia cair.

3 comentários:

Anônimo disse...

O Domingo é uma ilha de melancolia cercada de 6 dias por todos os lados, emparedado pela ilha da alegria sabática e o continente da rotina da segunda que inicia.

Sheila disse...

Domingo é mesmo assim... não há nada a fazer, a não ser "esperar o dia cair".

Anônimo disse...

adoro textos que brincam com a monotonia do comum. os seus são fantásticos!
meu blog:
http://justlikescarletheaven.blogspot.com/