02/03/2010

lágrimas na porta.

 Ela avisou desde sexta com algumas lágrimas, bem tímidas, passou o sábado bem quieta, mesmo assim eu senti que era apenas um silêncio estratégico, engoliu o choro e nada de manifestar tamanha emoção; no domingo ela não resistiu e começou no final de tarde, varando a noite entre choros, velas e desatinos. A segunda inteira foi aquele berreiro, não tinha para onde fugir, nem abstrair com fones de ouvido; ela estava para valer mostrando o quanto estava entalado e tão quente por dentro que suas emoções chegaram a esfriar o meu dia, estranho, não?

 São suas águas, seus derrames desvairados pelas ruas e janelas velhas, deixou o cheiro de terra molhada aqui em minha casa, agora me beija frio na nuca e sorri timidamente como quem ainda tem um pouco a lacrimejar. Ainda é  terça, o segundo dia e sinceramente esse drama está choroso demais para perdurar durante o mês inteiro, pode falar que vou sempre te escutar, só não me faça chorar junto porque será uma catástrofe sem medidas.

2 comentários:

Sheila disse...

Ainda bem que meu "chororô" tem data pra terminar, hahaha... mas não tenho feito ninguém chorar junto, ao menos isso eu ainda preservo.



*Usando letras maiúsculas agora? rs

Marcus Portella disse...

vi o blog la na comuna do orkut
muito bem escrito o texto
principalmente esse micro-texto "ensaio da orquestra" , gostei bastante !

se interessar , meu blog
http://apt404.blogspot.com

abraço , e mantenha o exelente nivel ^^