03/06/2010

igual a dois.

 bocas se encontraram, mortos de sede, de fome, de urgência, não queriam definitivamente mais nada e somente os momentos póstumos, era final de tarde, frio de outono e risadas quentes, os braços cheios de hematomas ( as marcas denunciam o inevitável grito de liberdade), era uma overdose de sentidos perdidos no escuro do quarto, acharam no desespero um encontro fortuito, havia caos no meio do mar que se encontravam, os resultados catastróficos estavam estampados: sorrisos recheados de orgasmo e ironia ácida guardada em um vidro de remédio. o dia acabou, amanhã é sexta com jeito de quarta-feira de cinzas, o carnaval que tanto brincaram acabou, voltaram para suas vidinhas miseráveis e infelizes.


marcaram outro encontro para a posteridade,  a urgência de tornar dois em apenas um é fatalmente doce e sinestésico.

6 comentários:

LARISSA MIRANDA disse...

e essa urgencia que consumia eles, uma sede, uma coisa...

Unknown disse...

uma necessidade, insasiável.

D. disse...

e tão genérico.


e tão perfeito.


e tão você.

Aluska disse...

É sempre assim, fatalmente doce.

Carol Martins disse...

ainda bem que o feriado serviu pra alguma coisa. ahhahaha

Raíssa Christini disse...

"a urgência de tornar dois em apenas um é fatalmente doce e sinestésico. "

quem tá em um sabe o quão doce é.
e o amargo ainda assola a alma daquele que não se divide e mesm assim não se sente completo.