cai a madrugada assoviada em são paulo
a velha luz amarela ilumina o centro
lá é meu lugar em pensamento e corpo quero me perder em você, dentro de sua estação
o seu abismo que me cala extasiado
são paulo não são
vem me pegar logo
mariana, madalena, matilde, me agarrem em suas vilas
depois passeio na paulista que abraça formigas de várias espécies
e terminar embriagado nos neons da augusta
preciso das luzes amareladas da sé e república
me perder em sebos, esquinas e hotéis antigos
chegar feliz e assustado nas escadarias do municipal
assistir de camarote, encantado
a correria das moças branquelas de sutiã preto
cidade que alarda e me faz vivo
vem logo
senão vou até você.
6 comentários:
belíssima declaração!
confesso que me assusto um pouco com o corre-corre dessas cidades. uma coisa meio mineira, sabe?
vá até ela assim que puder e nos conte como foi o encontro com sua amada.
bj
Interessante essa sua relação com são paulo. A cidade não tinho o menor apelo poético para mim até então. ;)
que lindo... arrasou na descrição, na boemia, amor a cidade... adorei, como sempre!
boa semana
beijos
taaci
belo poema urbano.
Adoro essa mistura de visões, adoro escrever sobre a minha cidade, quando estou no centro costumo observar as tantas pessoas que caminham pela minha volta, observar o que fazem, pensar no que pensam, supor o que irão fazer e o que tanto as preocupa. Sebos são praticamente minha casa, fico horas num e nem percebo o passar das delas. Eles nem olham o céu, eles nem sabem quanta coisa bonita deixam passar por seus olhos que só buscam problemas. Adoro esse tipo de texto, adoro mesmo!
Ai, me fazes sentir saudade dessa terra, cheia de garoa e sentimento.
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