19/12/2012

ceia de natal


viveu
onde não tinha mais o que viver
morreu
onde não tinha mais o que morrer.
se afogou no copo raso de cerveja barata
no bar da esquina
putas, viciados e vagabundos celebrando
o nascimento de mais um dia
e o homem parado
bêbado e trôpego
tentava declarar seu último poema
coberto de beijos pelos demônios que aguardavam aos risos
se deparou com a orgia dos sonhos
comeu
bebeu
fodeu
viu a morte e seus belos peitos de bicos duros
foi a última foda
depois tudo virou história
ou um poema qualquer feito a qualquer hora
com gosto de pão amassado e vinho de quinta.