03/01/2011

em sépia *

*para ler ouvindo "jealous guy"


 Na vitrola jealous guy, em meia luz, não da forma romântica, não há margem para isso, apenas se faz meia porque a luz é fraca, soando assim poeira antiga no armário vazio. Perdemos o controle, não há realidade para quebrar tanta sinestesia, dói saber que tudo está tão em sépia, mas dor gostosa, aquela que pedimos para sentir de vez em quando,bem baixinho em nosso silêncio de domingo para segunda. desculpe, não sei fazer versos bonitos dentro de seu apartamento. Escuto a música com gosto de sépia, muito sério isso, tudo aqui é tão vulgarmente nostalgico, é um tapa bem dado, por uma luva de pelica, culpa daquela aquela menina Ana, que descansa no fundo da minha prateleira, entre machados, barros, anjos...lennons, Lennons?!?!?!  Não sei, mas tudo é tão sépia em sua sala, está faltando madeira no chão, gostava de deixar meu corpo ali grudado, meu calor para depois você deitar bem em cima quando ia embora, eu sei, você AINDA faz isso, poderia ser trágico se não fosse tão cômico. É calor em forma de sépia, não tem jeito, onde você vive é assim. O engraçado ( isso realmente é) foi ter passado alguns anos e ainda continua, nesse apartamento, com uma mala vazia, um copo de requeijão com cheiro de vodca e uma foto minha, ok, sei que está rasgada, mas ali estou sendo o fantasma de sua ópera torta. Engraçado como soa tudo tão sépia. mas amor, não fique desse jeito, o mundo anda, por favor, engula essa dor quietinha que mora tanto tempo aí, vai te fazer bem.




durma com Deus.

13 comentários:

Unknown disse...

Gostei daqui, Roberto. Seguindo.

Juliana Lima disse...

sépia é uma imagem que persiste em minha lembrança... mas essa última frase: "mas amor, não fique desse jeito, o mundo anda, por favor, engula essa dor quietinha que mora tanto tempo aí, vai te fazer bem." foi que nem tapa com luva de pelica na minha cara pra esse começo de ano e fim de amor.

Eu ia usar um palavrão aqui pra expressar o que achei, mas achei que poderia ser inconveniente, mas mesmo assim esse texto tá do baralhoooo como diz uma amiga minha. =)

beijos.

vanessacamposrocha disse...

é mais dura a despedida, quando é do outro, né não?!Bonito texto!

Anônimo disse...

Nossa! Só isso. Nossa!

Anônimo disse...

Nossa! Só isso. Nossa!

Douglas Thaynã disse...

Absolutamente fascinante!

Iule Karalkovas . disse...

Hey rob. Lindo.

Sarah disse...

nada de engolir.
dor tem que ser cuspida. engasga, sabe...

=]

serenico disse...

Olá, Roberto.
Achei o seu blog numa comunidade no orkut.
Gostei daqui. Estou seguindo...
Um beijo!

Mayara Almeida disse...

Eu gostei.
Eu não gostei.

Iule Karalkovas . disse...

http://ismy-drug.blogspot.com/p/selos.html Para você, meu Rob.

*** disse...

Perfeito!
Parece até os meus dimingos!!!

Gabriela Freitas disse...

Selo pra você.