18/04/2011

Domingos

Desencontro nos seios fartos de perdão. Há uma lágrima de crocodilo que faz nossos caminhos apagados. Encontro na sua cama forrada em verde musgo as horas não passadas, você fotografa em sépia para ter a impressão que estávamos na década de 70. O nosso agora, que se restringe a um desembaralhar no coração e lençóis não trocados na tarde de domingo. A tarde de ontem era domingo, quando eu disse silenciosamente em seus olhos "adeus, tenho que trabalhar", com sua cara de moça delicadamente perdida, me indagou "mas é domingo, como pode?".

Nossos dias foram eternos domingos.

5 comentários:

Douglas Thaynã disse...

Belo. Belíssimo.

Isadora P. disse...

Triste, triste. Lindo isso de "moça delicadamente perdida"...

Favoritei o senhorito.

;)

Érica Araújo disse...

e não entendo por quê ainda deixa a cama forrada e os lençóis limpos. a profundidade do que diz deveria emergir na busca daquilo que não é (ou já foi) assim como salta longe em suas palavras...

Ps.: aguardo ansiosamente pelo desenrolar dessa trama.

Mayara Almeida disse...

Quanta poesia "em cima da cama" tem aqui.

Nicole Carneo disse...

Bom de mais!
Fazia tempo que não vinha aqui,
não vou mais cometer este erro (:
hahahahah